quinta-feira, 29 de maio de 2014

Corpse Party — Colegiais, gore e mistério... eu já falei gore?

Há algum tempo atrás eu assisti um anime muito bacana com uma amiga; bom, bacana não é bem a palavra certa pra definir um anime onde tem mais tripas e miolos voando do que gente, mas para uma pessoa como eu, fanática por terror, é até que bem bonzinho. Eu descobri esse anime quando eu e minha amiga Layn estávamos assistindo um gameplay do @alanzoca no ElectronicDesireGE e, felizmente, algumas pessoas comentaram nos videos dizendo que um anime do jogo tinha sido feito no ano passado. Como eu já achava o jogo muito foda (apesar da falação infinita e de eu ter reclamado disso um bilhão de vezes), fiquei super animada pra procurar o anime e deu no que deufiquei completamente apaixonada. Originalmente trata-se de uma série de jogos, mas eu vou focar aqui na animação feita em 2013 e mencionar alguns aspectos dos jogos apenas a título de curiosidade por não ter tido a oportunidade ainda de poder jogar todos.



Corpse Party (コープスパーティー) é uma série estilo survival horror onde o primeiro jogo, criado por KENIX SOFT, foi lançado em 1996 para o Windows 98. Mais tarde foi feito um remake para PSP, entitulada Corpse Party BloodCovered ...Repeated Fear (コープスパーティー ブラッドカバー リピーティッドフィアー), lançado no Japão em 2010 sendo atualmente a versão mais popular dentre todas. Também foi lançada uma versão pra PC e uma continuação da versão do PSP, além do anime.


A história começa quando alguns estudantes resolvem ficar até mais tarde depois da aula; é o último dia de um deles, pois vai ser transferido, e Shinosaki Ayumi propõe que eles façam uma espécie de simpatia chamada "Sachiko Para Sempre" ("Shiawase no Sachiko-san" na versão original) para criar uma conexão, um laço, entre eles. A intenção é que fosse apenas uma brincadeira, seguindo um ritual simbólico que a menina achou na internet, mas eles se veem transportados para uma dimensão paralela onde não existe Academia Kisaragi, nem os amigos dele, nem... ninguém. Em meio à morte iminente e uma história profunda e macabra, cheia de ódio e vísceras voando, eles precisam manter a sanidade e achar um meio de voltar pra casa.

O que choca no anime é o gorenão é qualquer gore, não é apenas mais um artifício pra "apimentar" como algumas séries costumam usar. É um gore pesado, explícito, com partes do corpo bem desenhadas e voando de um lado para o outro sem qualquer cerimônia. É uma quebra de significado porque a série começa te fazendo acreditar que vai ser apenas mais uma história japonesa escolar e acaba se mostrando muito mais profunda, macabra e chocante que isso. Vai por mim.




A adaptação da história do jogo no anime ficou muito boa—é praticamente a mesma, não tem nenhum detalhe trivial que foi alterado ou mudado. É claro que, como toda adaptação, não ficou perfeito e exatamente igual (até porque comprimir um jogo trimenso em um anime de quatro episódios é bem complicadinho), mas eu acho que foi um trabalho bem feito de uma forma geral. É um tipo de história que vai sendo descoberta aos poucos: em diários, notas soltas e memórias dos personagens. E os detalhes estão todos intrincados e construindo um enredo denso. E surpreende! Quando você acha que entendeu o que aconteceu você descobre que na verdade é outra coisa totalmente diferente. Eu gosto disso. Eu gosto de ser surpreendida, contrariada, eu gosto quando eu não tenho a sensação de que eu sei exatamente o que vai acontecer (como geralmente é com a maioria dos animes e especialmente com os shonens).




Corpse Party tem muitos personagens; e como de praxe alguns são interessantes e outros bem sem graça. O protagonista é um claro exemplo de personagem chato porque ele é tudo o que um protagonista de anime geralmente é: bobão, com uma personalidade genérica, mas que no fim acaba sendo o herói. Esse é o Satoshi Mochida, o protagonista:

Ele tem cara de quem faz algo de útil? É, acho que não...
Além dele, temos a Shinozaki Ayumi, a cérebro e fonte de informação do grupo; o Kishinuma Yoshiki, que funciona mais ou menos como o bonitão badass; Nakashima Naomi, a... garota comum; Shinohara Seiko, a dona de casa lésbica que é sempre otimista e parece entender bem de assuntos de mulher; Suzumoto Mayu, a pobre e inocente que estava prestes a mudar de escola antes; Sakutaro Morishige, o cara do óculos com uma aura misteriosa; Mochida Yuka, irmã do protagonista com uma habilidade incomum pra segurar xixi; e, finalmente, Shishido Yui, a professora gentil e que as vezes mais parece um de seus alunos.

Tente adivinhar quem é quem!
Vê? Um time interessante que só vai perder ponto pelo clichê no protagonista que me irrita profundamente.




O traço usado no anime não difere muito do desenho do jogo. Ele é redondinho, meio infantil, e eu acho que isso ajudou a aumentar o impacto quando as coisas gores vieram. Não é um traço extremamente realista, mas não é precário nem deixa a desejar.

O pacto que fodeu acabou com tudo...

Apesar de tudo Corpse Party ainda é um anime com personagens infantis, embora com muito sangue e tripas voando, então creio que até pra isso existe um limite. Se fosse noutra série, com um ar mais sério, talvez o traço tivesse mesmo que ser mais detalhado e realista, mas nesse caso ficou proporcional e eu acho que isso é positivo.




A maneira como o anime evoluiu é semelhante ao jogo: a história foi se revelando aos poucos, bem como a personalidade de cada personagem (com a ajuda de situações específicas e flashbacks), e os detalhes que ligam o enredo foram aparecendo um atrás do outro e bem devagar. Não sei se dizer se foi porque foram apenas quatro episódios, mas correu tudo muito fluído e não foi nem um pouco cansativo de ver. O clímax veio no final, como era o esperado, mas mesmo depois quando acha que o pico da série chegou e tudo depois disso vai vir só pra fazer o encerramento—você descobre que está enganado (e não, não me peçam pra dizer o motivo!).




Eu adoro a música de abertura, de verdade, e eu de fato acho que combinou perfeitamente com o anime, mas... eu senti falta de uma trilha sonora mais presente. As músicas, os sons, tudo ficou muito mediano, muito comum, muito previsível. E eu sempre acreditei que uma boa trilha sonora, bem construída, contribui muito pra alavancar uma série. No caso de Corpse Party, como eu já disse antes, a trilha sonora ficou bem apagadinha e mediana e só não vai ficar sem pontuação nenhuma porque foi exatamente abaixo do padrão.




A review ficou comprida de novo (OH NOES) e eu nem coloquei tudo o que eu queria falar. Como eu disse antes, o @alanzoca fez um gameplay do jogo do PSP (o link cê confere lá no comecinho do post) e eu super indico porque é muito engraçado ver ele jogando. O anime você encontra facilmente na internet e, bom, é aquela coisa...


... Você aguenta?

Kissu~

Um comentário:

Yann disse...

Como sempre você me deixando com vontade de assistir alguma coisa só pelo jeito que você fala rokerokew